quarta-feira, 8 de junho de 2011

Existem algumas coisas que me fazem confusão e vocês, apesar de já não saberem de mim há mais de um ano, sabem isso melhor que muitos outros.

Todos sabemos que houve eleições, o povo mostrou a sua vontade e o acto democrático foi concretizado, culminando com um vencedor e um novo Primeiro Ministro eleito. Este, tal como todos os outros líderes dos diversos partidos que foram a votos no passado Domingo, também fez uma declaração ao país e no fim desta, (pasmem-se agora), cantou o hino nacional.

A verdade é que eu não vi nada de errado neste acto, mas talvez tenha sido só eu, pois ao longo da semana não pararam de fazer comentários, dizendo que, definitivamente, Portugal estava perdido e que estaríamos entregues a uma nova forma de fascismo camuflado e que a democracia estava em perigo eminente.

(Que vontade de bater em alguém!)

Ora eu, que sou parva e admito, ao ler e ouvir esses comentários, comecei logo a pensar no porquê da coisa, (tenho que admitir que são comentários tão justos como qualquer outro, como o que eu agora também faço).

Comecei a relembrar todos os momentos em que o Hino Nacional é cantado aos berros e desafinado e como todos acham lindo e espectacular e tentei perceber as diferenças contextuais dos dois actos e cheguei a uma conclusão:

Os Portugueses apenas têm orgulho no seu hino e acham normal um grupo de pessoas estender bandeiras portuguesas e cantar aos berros a Portuguesa, se já tiverem bebido muita cerveja, estiverem de calções e t-shirts e se houver na televisão um grupo de jogadores de futebol a fingirem que sabem a letra deste nosso símbolo de orgulho português.

Ou seja, se os portugueses estiverem sentados num estádio de futebol, ou em casa à frente da televisão, rodeados de aperitivos e cervejolas, o hino português é lindo e faz todo o sentido, mas se for cantado como símbolo de um grupo de pessoas que têm orgulho na sua cidadania e têm vontade e orgulho em lutar para fazer de um país falido um país digno do orgulho de todos, são fascistas e inimigos do povo.

Eu sei que sou estúpida e não entendo. Há certas coisas que não consigo mesmo compreender.

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